Maracujá

Eu conheci uma pessoa que adorava maracujá e, pasmem, se parecia muito com um. Não na aparência, mas sim no temperamento, era calma, atenciosa e uma conversa com ela era deliciosa.

Sempre fui agitada e entusiasmada, dramática as vezes, mal da idade, talvez? Somos fragmentados quando jovens, vemos as coisas como se fossem o fim de uma existência, porém, cá entre nós, sabemos que não é. Essa pessoa me mostrou o quanto existem pessoas diferentes, essa pessoa mesmo que fragmentada enxerga as coisas de maneira positiva, calma, fofa. Parecia um bolinho de tanto amor que emanava.

Tive poucos momentos ao seu lado, uma semana para ser mais exata, mas que foram bons e positivos. Aprendi muito, descobri novas bandas, fui plena e fiz algumas loucuras na companhia da minha nova amizade. Acho que finalmente descobri o significado da palavra desapego, você simplesmente deixa a outra pessoa ser livre para ir e aproveita tudo o que ela deixou com você, toda a essência, conhecimento e desejos e, quando ela se vai você não sofre, você abre um sorriso, porque agora você tem um pouquinho dela em você, agora és uma pessoa nova e possui novas experiências.

Essa pessoa se foi e me deixou com um misto de alegria e tristeza. Por uma semana eu tive um maracujá ambulante para me trazer paz.

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